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segunda-feira, 31 de março de 2014

A verdade do Personagem

"Sobre qual circunstância eu poderia ser uma assassina?', Glenn Close Quantas vezes eu já não ouvi um professor de interpretação dizer aos seus alunos de teatro: "Para interpretar um paciente psiquiátrico, você precisa fazer pesquisa de campo". E se o Personagem for um assassino? O Ator deverá frequentar penitenciárias e fazer laboratórios com criminosos de verdade? Uma vez, fiquei sabendo que um colega ator iria interpretar um viciado em crack, e que ele estava frequentando áreas de cracudos de noite para poder vivenciar essa experiência. Até que ponto devemos encorajar um Ator a viver a experiência real de um evento que muitas vezes, poderá ser traumático para pessoas menos preparadas emocionalmente? No caso do ator que frequentou áreas de cracudos de noite, isso pode ser extremamente perigoso. Li numa matéria que no filme "Cidade baixa", a atriz Alice Braga foi encorajada a não frequentar puteiros e boites inferninho. A intenção era que ela criasse a sua própria prostituta, e não se inspirasse em outras de verdade. A prostituta de Alice Braga seria só dela, Alice, pois não era projeção de nada do que ela vivenciou. A gente passa a vida toda vendo filme, matérias de tv, documentários, lendo reportagens. Para uma pessoa interessada em se conectar com a mídia, ela ganhará embasamento suficiente para ter noções básicas do mundo que vive o seu personagem, seja qual ele for. O Ator deve trazer algo de sua vivência e experiência pessoal para o seu Personagem. No caso de um serial killer, como eu posso contribuir para ele? Obviamente que você jamais matou alguém para ter essa experiência de tirar a vida de alguém. Mas alguns elementos seus você pode trazer para esse seu serial killer. Você pode trazer a sua insegurança, a sua ansiedade, a sua inveja, o seu ciúme, o seu ódio pela fome no mundo, a sua ira por filas em banco, a sua aflição pelo aluguel que venceu e você não tem como pagar. Essa será a sua contribuição. O resto, virá de seus conhecimentos gerais, de sua imaginação, criatividade e romantismo.

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