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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A cota

Não existe um único filme que eu tenha trabalhado, que após fechamento do elenco, a gente não faça o seguinte comentário: "Ih, acabou que não entrou nenhum negro no elenco. Vamos revisar". Pois e', enquanto nos Estados Unidos e Europa, se escala negros, orientais, latinos para papéis que não precisem cair em estereótipos étnicos, aqui no Brasil isso ainda é um grande obstáculo. Meu irmão é ator, tenho algumas amigas orientais que passam meses sem trabalhar, e quando pinta algo, adivinha qual o personagem? Ganha um doce quem acertar sushiman, turista, mulher exótica. Será difícil escalar para amiga, enfermeira, professora? Me parece que para os negros, houve uma maior diversificação. Mesmo assim, sempre para papéis coadjuvantes. Negros protagonistas acho que contamos com os dedos de uma única mão. Incrível, pensando que vivemos num País onde quase metade da população é negra. Os escravos foram substituídos pelas empregadas domésticas, secretárias, donas de botequim. A questão da cota para mim sempre foi polêmica. Primeiro, porquê ninguém respeita. Segundo, porquê acho que as pessoas devam ser convidadas para trabalhar pelo seu talento, independente de sexo, religião ou raça. Cadê Zezé Motta, Milton Gonçalves, Ivan de Almeida, Ruth de Souza??? Vamos escalar esse povo,gente!!!!!

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