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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Vaidade das falas

O tema Vaidade é muito recorrente no meu trabalho. Sempre recorro a essa palavra quando quero exemplicar algo que considero ruim na Arte de interpretar. O Ator não pode ser Vaidoso. O Personagem pode. O Ator não. A Vaidade atrapalha e bloqueia o Ator. Faz com que ele pense em elementos que o Personagem deveria abstrair. Conflitos físicos e psicológicos decorrentes da Vaidade, não devem entrar em cena. Devem ficar fora do Set. Mas o pior para mim, é quando o Ator compara a quantidade de falas que ele tem, com o seu colega de cena. "Mas ele tem mais falas do que Eu!". E quando o Roteirista ou o Diretor, por algum motivo ( tamanho do roteiro, orçamento, etc) corta alguma frase do Ator e ele faz escândalo? "Mas você cortou minha fala! Agora só tenho uma fala na cena toda!". Presenciar uma cena dessas em pleno Set, sem sacanagem, é vergonhoso demais. Nossa, eu como Diretor, prezo muito mais uma cena silenciosa do que uma cena falada. Para um Ator, é muito mais desafiador fazer uma cena sem palavras! Interpretar com o olhar, com intenções! Lars Von Trier tem como um de seus exercícios, fazer com que os Atores interpretem e digam seu texto internamente, sem externar as falas. Fica tudo no Olhar! Acho esse exercício genial! Ouso dizer que são poucos Atores que sabem interpretar dessa forma. Ficam todos ansiosos em falar , em querer ter bastante texto na cena. Vamos reaprender a observar, olhar. Sem pressa. Interpretar com os olhos, sutilmente. Esse é o desafio.

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