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sábado, 8 de fevereiro de 2014

Atuação espontânea

"Os melhores atores são os cachorros e as crianças, pois eles não estão atuando", Helen Mirren Para mim, como espectador e Cinéfilo, não existe nada mais incômodo que ver um filme e perceber que o Ator está querendo "aparecer demais", como se estivesse dizendo pra gente: "Pessoal, olha só, estou atuando pra vocês!!". Isso era muito comum nos filmes mudos. Os atores gesticulavam muito, usavam bastante as expressões faciais, quase sempre de forma exagerada. Era praticamente a atuação dos palcos do teatro transposta para a tela grande do Cinema. Aí vieram o filme sonoro, o filme colorizado, a tela Cinemascope, a lente Zoom, o Steadicam, enfim, todo um aparato tecnológico que, ao mesmo tempo que criava novas possibilidades para o Diretor, dava ao Ator recursos para poder entender que Cinema e Teatro não são a mesma linguagem. Mais uma vez vou falar: "Em Cinema, MENOS É MAIS". Pense sempre no seu close na tela do Cinemark. Em Cinema, a atuação deve ser comedida, no sentido de que você não tem que gritar para que o espectador da última fileira te escute. Você fala para a pessoa que está na sua frente. Fale em tom natural. O microfone capta tudo, até um inseto que percorre o ambiente. Como Cinéfilo, eu amo demais os filmes dos Irmãos Dardenne. Ex-documentaristas, em seus filmes, a câmera persegue seus protagonistas. Ele filma os Personagens de forma quase documental. Quase como se dissesse aos Personagens: "pessoal, ajam normalmente, estou colocando a câmera aqui, mas façam de conta que ela não existe". Não é à tôa que seus filmes constantemente levam prêmios de atuação no Festival de Cannes, além de prêmios de melhor filme, Diretor, roteiro etc. Eu recomendo aos Atores que não conhecem seus filmes, que assistam. "Rosetta, "A criança", "A promessa", "O Silêncio de Lorna", "O garoto de bicicleta". São verdadeiras aulas de atuação espontânea. Atuações naturalistas, que valorizam o humano, a emoção real. Em minhas Oficinas, eu sempre dou exercícios baseados nos Documentários de Eduardo Coutinho, "Edifício Master" e "As canções". Digo aos atores que ao atuarem, quero que eles ajam como pessoas normais, quero acreditar que essas pessoas existem. Eu não quero ver o Ator. Quero ver a pessoa. ARRAZA!!!!

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